Se você achou que Daredevil: Born Again poderia suavizar suas batalhas sangrentas ao entrar no catálogo da Disney+, pode respirar aliviado: as cenas de luta em Daredevil Born Again continuam violentas, intensas e incrivelmente brutais, exatamente como os fãs da série da Netflix se acostumaram — e isso não foi por acaso.
“Eu não faço cenas de ação leves!”
O responsável por essa fidelidade à violência que tornou a série icônica é Philip Silvera, coordenador de dublês de Daredevil: Born Again. Ele retornou ao comando das lutas após trabalhar nas duas primeiras temporadas da série original e em The Punisher, garantindo que o tom sombrio e visceral se mantivesse.
Silvera foi direto ao ponto ao comentar o nível de ação que trouxe para o Disney+:
Eu não faço cenas de ação leves! Foi incrível. A [produtora executiva] Sana Amanat sabia exatamente o que queria fazer. Ela é nossos olhos no set. Ela e o Dario [Scardapane, showrunner] definiram um tom muito, muito sombrio. E eu acho que ainda há coisas que os fãs não viram que estão por vir.
A ideia era clara desde o início: manter o DNA violento do Demolidor, mesmo com a mudança de plataforma.
A maioria dos personagens principais mantiveram o mesmo tom das temporadas na Netflix.
Lutas que refletem o estado emocional
Mais do que socos e chutes estilosos, Silvera destacou que cada luta é pensada para refletir o estado emocional dos personagens:
Sempre tive orgulho de desenhar as lutas com base no estado emocional deles, e não só em golpes legais. Com o que o Dario escreve, isso se torna muito fácil.
Essa abordagem fica evidente, por exemplo, na sequência entre Matt Murdock e Muse no episódio 6, quando Daredevil entra em fúria pura e parece à beira de cruzar a linha da justiça — novamente.
Muse: o vilão mais insano e coreografado como um artista
Falando em Muse, Silvera revelou como o estilo de luta do vilão foi pensado como uma representação de sua mente perturbada:
Queríamos que ele lutasse como se fosse com pinceladas. Então demos a ele um estilo parecido com o de um esgrimista, mesmo com uma faca. Existe uma psicopatia ali, como se ele gostasse da dor.
O resultado? Um confronto entre a fúria cega de Matt e o sadismo estético de Muse, que serviu como um dos momentos mais marcantes da temporada — e também como uma das mortes mais impactantes.
Mesmo com a saída um tanto que abrupta, Muse tornou-se um vilão “desejado” pelos fãs e à altura do Demolidor.
A escada, o cansaço e a herança da Netflix
Entre os momentos favoritos de Silvera está a cena da escada entre Bullseye e Daredevil, que exige precisão quase matemática:
Tivemos que desenhar cada momento estrategicamente: ‘Ele vai bloquear essas duas lâminas, mas a terceira o acerta aqui…’.
detalhou Silvera
O esforço valeu a pena: a cena foi um tributo ao famoso plano-sequência da primeira temporada da Netflix — mas com mais caos e letalidade.
Depois, treinamos Charlie [Cox] e Wilson [Bethel] para entender a causa e efeito de cada ação. Foi um dos designs mais refinados que já fiz.
E o futuro?
Com a segunda temporada já em produção, o próprio Silvera deixou claro que o que vem por aí será ainda mais ousado:
A segunda temporada provavelmente vai ser minha história favorita do Demolidor. Qualquer cena entre Daredevil e Kingpin é explosiva, e é tudo o que posso dizer por enquanto.
Além disso, os novos episódios vão explorar o novo traje preto do herói, que promete trazer mais mudanças no estilo de combate. Mas não se preocupe — segundo Silvera, as cenas continuarão violentas, intensas e cheias de significado.
Cenas de luta em Daredevil Born Again continuam violentas e devem ser mais ainda na nova temporada
Se você tem se perguntado por que as cenas de luta são diferentes em Daredevil: Born Again, mas ainda tão boas (ou até melhores), a resposta é simples: Philip Silvera voltou. E ele não veio para suavizar nada.
A violência estilizada, os conflitos morais e a emoção bruta continuam sendo a espinha dorsal da série. Afinal, como o próprio Silvera afirmou com orgulho:
Eu não faço cenas de ação leves!
E ainda bem.
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